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Por JBJ-News | Postado em: 18/05/2021 - 09:30
Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

 

"A palavra da criança não é levada a sério, sendo que quase 100% dos casos em que as crianças relatam abuso sexual são verdadeiros", diz o advogado Charles Bicca.
Bicca é presidente da Comissão de Defesa da Criança e do Adolescente da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Segundo ele, "crianças não costumam inventar histórias de abuso sexual, podem até esconder".

"Acredite nas Crianças: Escute, Observe e Denuncie", é o tema da uma campanha que será lançada pela OAB-DF nas redes sociais. Uma cartilha, acessada gratuitamente, orienta sobre a legislação e os cuidados que devem ser levados em conta na hora de escutar as vítimas.

Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é em memória à morte da menina Araceli Cabrera Crespo. No dia 18 de maio de 1973, aos 8 anos, ela foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada, no Espírito Santo.

O corpo foi deixado desfigurado e em avançado estado de decomposição, próximo a uma mata, em Vitória, dias depois de desaparecer. Durante as investigações, provas e depoimentos misturaram fatos com boatos.

A Justiça chegou a três principais suspeitos, todos membros de tradicionais e influentes famílias do Espírito Santo:

Dante de Barros Michelini (o Dantinho)
Dante de Brito Michelini (pai de Dantinho)
Paulo Constanteen Helal
Em 1980, o juiz responsável pelo caso, Hilton Silly, definiu a sentença: Paulo Helal e Dantinho deveriam cumprir 18 anos de reclusão e o pagamento de uma multa de 18 mil cruzeiros. Dante Michelini foi condenado a 5 anos de reclusão.

Na ocasião, o juiz Silly disse em entrevista ao Jornal da Globo que os três foram condenados, porque foi provada a materialidade e a autoria do crime.

"Foi através não só da farta prova testemunhal, mas também, sobretudo, da prova indiciária, que é chamada prova artificial indireta por circustancial, baseado em indícios veementes, graves, sérios e em perfeita sintonia de causa e efeito com o fato principal", afirmou o juiz, em 1980.

Os acusados recorreram da decisão e o caso voltou a ser investigado. O Tribunal de Justiça do Espírito Santo anulou a sentença, e o processo passou para o juiz Paulo Copolilo, que gastou cinco anos para estudar o processo.

Por fim, ele escreveu uma sentença de mais de 700 páginas que absolvia os acusados por falta de provas.

 

De acordo com dados da Secretaria de Direitos Humanos, é assustador o número de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no país. Por isso, foi criada esta data com o intuito de ajudar a combater este mal que destrói a vida de milhares de jovens todos os anos.

Como surgiu o Dia Nacional Contra o Abuso e Exploração Sexual Infantil
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi instituído oficialmente no país através da lei nº 9.970, de 17 de maio de 2000.

Normalmente, nesta data, são realizadas diversas atividades, sejam nas escolas e demais espaços sociais, como por exemplo palestras e oficinas temáticas sobre a prevenção contra a violência sexual.

O Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes é o grupo responsável por organizar e promover nacionalmente esta data.

Maio laranja: mês de conscientização
Durante todo o mês de maio a campanha de enfrentamento ao abuso e à exploração infantil é vinculada em meios de comunicação e realizada por órgãos públicos e não governamentais, com panfletos informativos, passeatas e palestras, para alertar a sociedade e mobilizar no combate desse problema.

Diferença entre abuso sexual e exploração sexual
Embora abuso sexual e exploração sexual sejam crimes de violência sexual combatidos nesta data, eles possuem significados diferentes.

O abuso sexual acontece quando um adulto pratica ato libidinoso com uma criança ou adolescente, o que normalmente acontece por parentes ou pessoas próximas à família.

A exploração sexual consiste em usar a criança ou o adolescente como meio de faturar dinheiro, oferecendo o menor de 18 anos como “ferramenta” de satisfação sexual.

Os alarmantes dados da violência infantil
Crianças com idade entre 1 e 5 anos são as mais susceptíveis à violência. De acordo com os dados registrados, o abuso sexual ocorre na maioria das vezes com meninas.

As agressões também são maiores com o gênero feminino e na adolescência, entre 10 e 14 anos, encontra-se grande parte dos casos.

De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, no período de 2011 a 2017 as ocorrências de violência sexual corresponderam a 31,5% contra crianças (58.037 notificações) e 45,0% contra adolescentes (83.068 notificações).

Comparando-se os registros de 2011 e 2017 observou-se um aumento de 83% nos casos de violência contra crianças e adolescentes.

Disque 100: denuncie e ajude a combater a violência contra crianças e adolescentes
No Brasil, o Disque 100 é um serviço gratuito disponibilizado pela Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República que registra denúncias de jovens que se sintam ameaçados ou que sofreram qualquer tipo de abuso ou exploração sexual.

Vale destacar que as denúncias são anônimas e o serviço está no ar 24h, incluindo fins de semana e feriados.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), outra forma de comunicar a violência é entrar em contato com o Conselho Tutelar da sua cidade.





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